Não, eu não li o acordo por completo, mas sei o suficiente para poder opinar.
A embirração das pessoas até é compreensível. Ninguém gosta de mudanças. Uns alegam estética, até pode ser, mas não vai cair o Carmo e a Trindade.
1. O acordo é bem fundamentado do ponto de vista político-cultural. Pretende elevar o Português a um outro patamar, aglomerando as diferentes variantes: Português Europeu, Português do Brasil, Português de Angola, Português de Cabo Verde, Português de São Tomé, Português de Moçambique, etc.
2. Do ponto de vista linguístico é falacioso. Um acordo é suposto estabelecer norma. Um acordo que permite três maneiras de escrever 'António', não é um acordo, é um tratado a oferecer opções. É claro, que também há outras opções a ser discutidas, neste plano.
3. É indiferente se escrevo 'ação' em vez de 'acção'. Agora não pode ser para uma criança, uma vez que a sua escrita ainda não tem as bases suficientes e tem que ser acompanhada. Nisto, o papel dos professores também tem que ser revisto, uma vez que eles têm que ensinar ou alterar a ortografia. Este não é o primeiro acordo, certamente não será o último. Não percebo o porquê de tanto escândalo.
4. Plano da ortografia vs. Plano do léxico - a ortografia, no compto geral, pode ser a mesma, mas todos os países de expressão portuguesa vão continuar a ter léxico diferente. Porquê? Porque as influências linguísticas e culturais são diferentes. A evolução dos dialectos é diferente, quer na rapidez, quer nos resultados. Como dizia o Scolari - 'Pimbolim, é matraquilho'. Eu, portuguesa, continuarei a dizer matraquilho. Ele, brasileiro há-de continuar sempre a dizer pimbolim.
Concluíndo, como futura tradutora não estou totalmente em sintonia com o acordo, mas percebo em que moldes foi estruturado. Há que perceber que o acordo não tem a ver com nacionalidades, e que em nada muda a nossa maneira singular de pensar, de agir e de expressar.
É também óbvio que não gera consenso, nem em terras lusas, nem do outro lado do Atlântico. É no entanto, de salientar que com tanta piquice portuguesa o Brasil já se adiantou no que diz respeito ao mercado editorial e que com isso quem perde é Portugal por continuar num limbo.
Acho que o que tem que ser feito é uma revisão das regras linguísticas que o acordo apresenta.
O resto é conversa de intelectual ou de pessoa que não sabe do que é que anda a falar.
A embirração das pessoas até é compreensível. Ninguém gosta de mudanças. Uns alegam estética, até pode ser, mas não vai cair o Carmo e a Trindade.
1. O acordo é bem fundamentado do ponto de vista político-cultural. Pretende elevar o Português a um outro patamar, aglomerando as diferentes variantes: Português Europeu, Português do Brasil, Português de Angola, Português de Cabo Verde, Português de São Tomé, Português de Moçambique, etc.
2. Do ponto de vista linguístico é falacioso. Um acordo é suposto estabelecer norma. Um acordo que permite três maneiras de escrever 'António', não é um acordo, é um tratado a oferecer opções. É claro, que também há outras opções a ser discutidas, neste plano.
3. É indiferente se escrevo 'ação' em vez de 'acção'. Agora não pode ser para uma criança, uma vez que a sua escrita ainda não tem as bases suficientes e tem que ser acompanhada. Nisto, o papel dos professores também tem que ser revisto, uma vez que eles têm que ensinar ou alterar a ortografia. Este não é o primeiro acordo, certamente não será o último. Não percebo o porquê de tanto escândalo.
4. Plano da ortografia vs. Plano do léxico - a ortografia, no compto geral, pode ser a mesma, mas todos os países de expressão portuguesa vão continuar a ter léxico diferente. Porquê? Porque as influências linguísticas e culturais são diferentes. A evolução dos dialectos é diferente, quer na rapidez, quer nos resultados. Como dizia o Scolari - 'Pimbolim, é matraquilho'. Eu, portuguesa, continuarei a dizer matraquilho. Ele, brasileiro há-de continuar sempre a dizer pimbolim.
Concluíndo, como futura tradutora não estou totalmente em sintonia com o acordo, mas percebo em que moldes foi estruturado. Há que perceber que o acordo não tem a ver com nacionalidades, e que em nada muda a nossa maneira singular de pensar, de agir e de expressar.
É também óbvio que não gera consenso, nem em terras lusas, nem do outro lado do Atlântico. É no entanto, de salientar que com tanta piquice portuguesa o Brasil já se adiantou no que diz respeito ao mercado editorial e que com isso quem perde é Portugal por continuar num limbo.
Acho que o que tem que ser feito é uma revisão das regras linguísticas que o acordo apresenta.
O resto é conversa de intelectual ou de pessoa que não sabe do que é que anda a falar.
3 comentários:
Muito bem Carol. Isso foi uma meditação já prolongada ou brainstorm puro? De qualquer das maneiras abordaste todas as perspectivas creio.
Acho que quer gostemos ou não, como homens e mulheres de línguas lá nos teremos de adaptar à maré...
Elevar a língua? Quanto muito rebaixa-la a brasileirismos e outras mutilações gramaticais.
Como pessoa continuarei e escrever como antes, como tradutor...sucks to be me.
Qual rebaixá-la? Dantes escrevias pharmácia, agora escreves farmácia. Do outro lado tb há mudanças e também jorrou muita tinta sobre aquilo que para eles mudou.
Estás a confundir léxico com gramática. Não é a mesma coisa. Gramática é do plano da sintaxe, e tu no acordo não tens alterações na sintaxe. Aliás a sintaxe continua a ser diferente e é isso que nos sempre distinguirá. É por isso que o acordo em termos práticos não tem relevância absolutamente nenhuma. Só mudas a ortografia de algumas palavras, não vem mal ao mundo. Não é nenhuma escandaleira.
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