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terça-feira, 27 de abril de 2010

48 Hours

In 48 hours I have been in hell and got back to heaven again.
I've experienced a degree of pain that I only felt in two different occasions in my life - the same sort of the one we (I) experienced two days go, and my father's death.

In the end, the only thing that matters is:


I love you!

xxxxx

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Erasmus - um pré-balanço

E eu cumpri-o.

O meu sonho, a minha cidade. Desde Setembro que vivo numa cidade que sempre me fascinou. Não sei como começou essa paixão, algures no passado estarão comentários do meu pai, fotografias, ideias pré-concebidas.

Londres despertou algo em mim que eu já sabia que existia, mas que por condicionantes da vida, nunca quis equacionar. Conhecer o mundo. Como tenho facilidade com línguas, quanto mais estudo, mais se me aguça o desejo. Itália sempre foi um sonho adormecido, Holanda é já uma certeza, quem sabe Irlanda. Para já não me posso permitir a sonhar mais.

Isto para dizer que uma pessoa quando vê uma oportunidade deve ter a coragem de arriscar e agarrá-la como se fosse a última vez que isso acontecesse. Viver em Londres permite-me viajar por um preço bem mais amigável para a carteira, do que se fizesse essa viagem a partir de Lisboa.

Agora que o meu tempo aqui está contado e que já não tenho mais aulas posso começar a fazer um balanço do que foi a minha vida aqui.

No plano amoroso foi uma montanha-russa de emoções. Terminei, agri-docemente, a relação mais duradoura da minha existência. Não quis dar uma oportunidade de sobrevivência, porque não me achava capaz de sobreviver à distância. Algures pelo caminho questionei o meu acto.

Depois veio alguém que assumiu proporções incalculáveis em todo este processo. Alguém que me desafiou como mulher, alguém que me desafiou intelectualmente, alguém que me desafiou a ser pessoa, a ser melhor pessoa. Esse alguém vive uma realidade completamente diferente da minha, mas que se propôs e me convenceu arduamente a aceitar aquilo que eu não quis aceitar com quem amei anteriormente.
Após a nossa viagem a Espanha e depois de um período no qual a minha própria saúde estava em causa, a nossa relação atingiu um auge que eu talvez nunca tenha sentido antes. É um sentimento de que vale a pena a projecção de um futuro. No início, quem perguntava como iria ser depois, era eu. A resposta era sempre, isso depois vê-se. Odiava esta resposta. Adiá-la parecia-me absurdo. Era a minha felicidade que estava em causa. A minha integridade. Para ele era fácil. Para mim, não. Para mim sair de Londres é o cumprimento de um sonho, mas também um capítulo triste, porque tudo o que é bom acaba.
Passado uns meses era ele que trazia de volta o assunto. 'Vamos tentar! Vale a pena. Não sabemos o que acontece amanhã'. E agora, que me sinto no auge, oiço coisas como 'Acho que darás uma excelente mãe' - é absolutamente arrepiante pensar nisto. Não porque não queira ser mãe, quero, e muito, mas é o que a frase subentende - um futuro a dois, que parece irreal, e uma ideia que a caminho dos meus 21 anos eu nunca poderia veícular agora. E depois há aquele cliché do 'nunca amei ninguém como te amo a ti'. O que é que uma pessoa pensa quando ouve isto? 'Sim, está bem. E eu também ainda acredito no coelhinho da Páscoa, no Pai Natal e na fadinha dos dentes'. Mas o olhar contradiz-me. É o olhar intenso, de desejo, de ternura, de dolçura. Agora são as outras pessoas que me perguntam 'Então e como é que vai ser quando voltares' e eu respondo 'Continuaremos juntos e veremos o que acontece'. Uma pessoa planeia até onde pode, o resto é salto sem rede por baixo.

E este amor pôs em perspectiva todo o meu Erasmus. Primeiro porque condicionou a minha vida social. Segundo porque me desafia a ter alternativas. Eu nunca vi com a ideia de que vinha para a borga. Eu apenas queria viver aqui. Respirar a cidade, viver a cidade, aprender a cidade. É óbvio que uma pessoa quer sempre ter amigos, posso dizer que fiz alguns, mas o saldo (neste capítulo) é mais para o negativo do que para o positivo. Vivi momentos de solidão aqui. Longe, uma pessoa percebe quem realmente são os nossos amigos. E isso percebe-se quando voltamos e eles exigem a nossa presença, porque nós fazemos falta, porque nós somos alguém com quem eles querem estar. Penso que neste aspecto o meu Erasmus foi diferente do que para muitos alunos por esse mundo fora foi.

Não me arrependo das minhas escolhas a partir do momento em que encarei a minha relação como séria. Hoje encaro o amanhã com mais tranquilidade. A Marta há uns dias disse-me que eu não posso ter medo do futuro e que se eu penso muito, é porque não estou a aproveitar o presente. Não aproveitar o presente é não viver. E eu quero viver e o que tiver que acontecer, acontecerá, quero apenas que aqueles que considero meus amigos me acompanhem nesse comboio que é a vida. Porque eu não quero ficar na estação a ver as pessoas entrarem e saírem.

Things

Things.

Objects, notes, photographs, tickets, confetti, broken bracelets, rings given by lovers, laces, letters, flyers, maps, drawings. They are just things. Things that you put in a little pretty box. Things that you keep because they are a part of you, because they have a meaning, because they help you remind you of the good moments of your life.

But I often wonder why do I keep these things. I just open the little box from time to time. Sometimes it makes me sad because I wish those moments would last forever. Sometimes it makes me happy because I realize that I lived those moments fully. Still, why do I keep these things? One day I will die and they will all lose their meaning, and all those memories will die with me. My sons and daughters will never know why did I keep them, they will probably throw them away.

They are just things. They are my things.

Let's keep opening the box from time to time.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Conversa com o Céu

- Sabes, hoje senti saudades.

- Sim, eu sei. Vi-te no parapeito a fitar-me.

- Eh...Dás-me o conforto da incerteza.

- Eu não sou assim tão incerto, sou apenas imensidão.

- Também tens dias de surpresa e de melancolia. Mas concordo, és imenso.

- Tenho, claro, mas és tu que me pintas melancólico.

- Eu apenas procuro respostas.

- De novo o coração?

- Sim...E também a cabeça.

- Os dois nem sempre vivem em sintonia. Mas o que tem o teu coração?

- Saudades, o meu coração tem saudades.

- Daqueles pelos quais se enamorou?

- Sim, daqueles que nunca esqueci, daqueles que ora uma vez ora outra me enfeitiçam, daqueles que não suportamos ver com outros corações...Mas não só amores.

- Suponho também que daqueles a quem te entregavas, mas de quem também esperavas o regaço, a palavra ou mesmo a lágrima.

- Isso ficou para trás. Tem que ser assim.

- Porém tu continuas a fitar-me daí de baixo.

- O passado ajuda-me a perceber o presente e a mudar o futuro.

- Mas o futuro não se muda, o futuro planeja-se e espera-se.

- Confere, mas o futuro é feito das escolhas do presente.

- Também confere. Volta para dentro, procuras-me em demasia, o tempo foge-te como a areia das mãos.

- O tempo foge a todos os que nascem.

- O tempo só é tempo quando pensas nele, volta para dentro. Vai viver.

- Tudo bem, tudo bem. Até amanhã.