Sem título.
Hoje a vida deu-me uma nova chapada. Estou em choque. Estou revoltada.
Acho que sempre encarei relativamente bem a morte do meu pai. Não me conformei, como é óbvio. A vida foi puta (não há outro nome), levou-o quando ele estava quase curado, embora ele tenha sempre dito que ia morrer cedo...
Ontem, depois de ver Glee, lembrei-me que a minha mente já não consegue encontrar a memória da voz dele...Consigo ver gestos, olhares, expressões, mas a voz perde-se com o passar do tempo. Acordo e tenho a notícia de que a mãe de um amigo meu, de quem eu gostava, partiu. E partiu sem aviso ou sinal.
O que me dói é que eu não estou no meu país para poder abraçar o meu amigo. Porque por mais que eu escreva, são só palavras. Eu sei que neste momento ele quer tudo menos palavras. Eu só precisei de estar um pouco sozinha, e de abraços. Os abraços são quentes, os abraços fazem-nos continuar, porque (cliché dos clichés) a vida continua. Destesto esta frase 'a vida continua'. Continua, mas nós temos que aprender a continua-la. A nossa perspectiva muda, a nossa sensibilidade também. Vemos a vida de uma outra maneira. Ás vezes tenho medo, muito medo. Outras não, outras acordo e vivo.
Eu achava que tinha aprendido a lidar com a morte, mas não. Enganei-me. Enganei-me porque sinto esta revolta, aquele nojo do acaso, de saber que não vou encontrar-me mais com essa pessoa ou com o meu pai. Porque consigo imaginar exactamente a sensação de vazio que vai na alma dele. Consigo imaginar o quão pesaroso deve estar a ser estar em casa.
Para ti só posso dizer: chora, chora muito. Depois pára, olha lá para fora e deambuleia. O tempo não cura, mas sara. A única certeza que vais ter é que a ferida poderá abrir de vez em quando. Mas passa. Agarra-te às pequenas memórias, aos pequenos gestos, aos momentos. Recorda isso com um sorriso, e não com uma lágrima, mesmo que por vezes não consigas evitar.
Gostaria muito de estar contigo, apesar de me sentir desiludida connosco nos últimos tempos. Gostaria de estar aí e ser um ombro.
O karma é foda mesmo. Mas depois da parte negativa, vem sempre a melhor parte.
Hoje a vida deu-me uma nova chapada. Estou em choque. Estou revoltada.
Acho que sempre encarei relativamente bem a morte do meu pai. Não me conformei, como é óbvio. A vida foi puta (não há outro nome), levou-o quando ele estava quase curado, embora ele tenha sempre dito que ia morrer cedo...
Ontem, depois de ver Glee, lembrei-me que a minha mente já não consegue encontrar a memória da voz dele...Consigo ver gestos, olhares, expressões, mas a voz perde-se com o passar do tempo. Acordo e tenho a notícia de que a mãe de um amigo meu, de quem eu gostava, partiu. E partiu sem aviso ou sinal.
O que me dói é que eu não estou no meu país para poder abraçar o meu amigo. Porque por mais que eu escreva, são só palavras. Eu sei que neste momento ele quer tudo menos palavras. Eu só precisei de estar um pouco sozinha, e de abraços. Os abraços são quentes, os abraços fazem-nos continuar, porque (cliché dos clichés) a vida continua. Destesto esta frase 'a vida continua'. Continua, mas nós temos que aprender a continua-la. A nossa perspectiva muda, a nossa sensibilidade também. Vemos a vida de uma outra maneira. Ás vezes tenho medo, muito medo. Outras não, outras acordo e vivo.
Eu achava que tinha aprendido a lidar com a morte, mas não. Enganei-me. Enganei-me porque sinto esta revolta, aquele nojo do acaso, de saber que não vou encontrar-me mais com essa pessoa ou com o meu pai. Porque consigo imaginar exactamente a sensação de vazio que vai na alma dele. Consigo imaginar o quão pesaroso deve estar a ser estar em casa.
Para ti só posso dizer: chora, chora muito. Depois pára, olha lá para fora e deambuleia. O tempo não cura, mas sara. A única certeza que vais ter é que a ferida poderá abrir de vez em quando. Mas passa. Agarra-te às pequenas memórias, aos pequenos gestos, aos momentos. Recorda isso com um sorriso, e não com uma lágrima, mesmo que por vezes não consigas evitar.
Gostaria muito de estar contigo, apesar de me sentir desiludida connosco nos últimos tempos. Gostaria de estar aí e ser um ombro.
O karma é foda mesmo. Mas depois da parte negativa, vem sempre a melhor parte.