E porque o mês de Maio foi o mês das realizações musicais não poderia deixar de falar nesse jovem, nesse artista com 'a' capitalizado que é o John Clayton Mayer (sim, ele tem direito a nome do meio e tudo!).
Fui vê-lo ao Rock in Rio, pois era a primeira vez que tocava em Portugal, e tive a sorte de vê-lo em Londres (2 dias depois de Jamie Cullum e 6 depois dele actuar também em Lx) num recinto com uma acústica maravilhosa chamado Wembley Arena (não confundir com o estádio).
A minha jornada de John Mayer começou bem antes da de Jamie Cullum. Eu teria os meus 12 anos e tinha, numa das muitas estantes de álbuns da minha mãe, um chamado Room For Squares, que continha a faixa Your Body Is A Wonderland.
Lembro-me dumas férias em Cabanas de Tavira que, juntamente com este álbum, levava o Drops of Jupiter dos Train, porque numa noite quente de verão eram álbuns que eu achava que o meu pai gostaria de ouvir enquanto dormíamos ao relento.
Dois anos mais tarde, mostrei Daughters ao meu pai, ao que ele me disse uma coisa que eu ainda hoje tenho alguma dificuldade em perceber: "é música honesta". Honesta porquê? Seria a melodia? Seria a letra? Não sei, só sei que ainda hoje penso que é das músicas mais bonitas que alguma vez compôs, apesar de haver canções da sua autoria que são autênticos hinos à poesia e à eloquência.
Outra vez, não vou entrar em defesa dos meus gostos. Poderia dar mil e uma razões para explicar porque é que a música tando dele, como do Jamie, me levam ao paraíso das sensações. Poderia tentar explicar cada uma dessas sensações, mas é demasiado complexo.
De um modo geral a minha reacção é quase sempre a mesma quando os oiço tocar e cantar: fechar os olhos durante uns bons segundos e sorrir. Sorrir, não apenas com os lábios, mas também com os próprios olhos, com o pescoço, com as mãos, com as pernas e os pés. É a satisfação plena, é a abstracção total de que há um mundo lá fora, não existem relações ou preocupações, medos ou tristezas, apenas aquele momento. Aquele limbo. O meu cérebro não processa mais nada, o meu corpo está solto, livre para amar todos os sons, acordes, notas, palavras, estalar de dedos, bater de palmas e tudo mais.
John Mayer (e outra vez, à semelhança de Jamie Cullum) é um daqueles artistas que uma pessoa nunca pode formar uma opinião justa e coerente sem se ver actuar ao vivo. Por uma razão muito simples: são artistas que nasceram para actuar, que o acto de tocar e cantar é algo tão intrínseco nos seus seres como respirar; são artistas que tal como eu me perco na sua música, eles se perdem naquilo que estão a fazer.
É uma entrega tão genuína que se percebe com as expressões faciais que fazem. E aqui outra vez vêm os sorrisos. Ver o Jamie Cullum sentado ao piano e sorrir com uma reacção do público ou com uma nota que acabou de produzir é das coisas mais extraordinárias que já presenciei. Tal como ver o John Mayer entregar-se às suas guitarras e fazer coisas absolutamente surreais com elas. Tocar com uma mão pode parecer algo que outros também fazem, mas é o que ele toca: literalmente John Mayer consegue fazer com que uma guitarra cante e chore. No fundo, é a habilidade com que cada um deles manuseia os seus instrumentos (no caso do Jamie aquilo é mais que manusear, aquilo é pés, é ancas, é baquetas, é cadeiras, é tudo o que produza som) e o brilhantismo com que o fazem.
Em suma, são artistas que tiram o maior proveito das suas capacidades e que têm uma profunda e pura paixão e dedicação pela música.
Na minha opinião são os artistas que demonstram uma desenvoltura e uma naturalidade tão peculiar ao vivo que são os melhores. Os trabalhos de estúdio podem ser muito bons, mas a transposição para o palco às vezes perde muito. Neste caso não, ganham proporções gigantes de tão incrivelmente boas que são. Conheço-os de trás para a frente e de frente para trás e não há vez nenhuma, repito, vez nenhuma, que não fique incrédula ou que me emocione.
O meu pai ainda era vivo quando saiu o Continuum, mas penso que nunca chegou a ver as versões de Gravity, Vultures ou Bold As Love ao vivo. Julgo que se tivesse teria adorado, pois era grande fã de Jimmi Hendrix e Eric Clapton. Aliás, este álbum em particular ecoa a Eric Clapton, numa versão mais Pop obviamente, absolutamente inacreditável. Não é coincidência, uma vez que admiração do Clapton pelo Mayer é mais que pública. De cada vez que vejo Gravity de Where the Light Is tenho arrepios na espinha.
Em jeito de conclusão, estou-me a borrifar para o que é cada um deles diz ou faz nas horas vagas, desde que continuem a dar música, porque a deles, na minha mais sincera opinião, é genial e extraordinária.
Fui vê-lo ao Rock in Rio, pois era a primeira vez que tocava em Portugal, e tive a sorte de vê-lo em Londres (2 dias depois de Jamie Cullum e 6 depois dele actuar também em Lx) num recinto com uma acústica maravilhosa chamado Wembley Arena (não confundir com o estádio).
A minha jornada de John Mayer começou bem antes da de Jamie Cullum. Eu teria os meus 12 anos e tinha, numa das muitas estantes de álbuns da minha mãe, um chamado Room For Squares, que continha a faixa Your Body Is A Wonderland.
Lembro-me dumas férias em Cabanas de Tavira que, juntamente com este álbum, levava o Drops of Jupiter dos Train, porque numa noite quente de verão eram álbuns que eu achava que o meu pai gostaria de ouvir enquanto dormíamos ao relento.
Dois anos mais tarde, mostrei Daughters ao meu pai, ao que ele me disse uma coisa que eu ainda hoje tenho alguma dificuldade em perceber: "é música honesta". Honesta porquê? Seria a melodia? Seria a letra? Não sei, só sei que ainda hoje penso que é das músicas mais bonitas que alguma vez compôs, apesar de haver canções da sua autoria que são autênticos hinos à poesia e à eloquência.
Outra vez, não vou entrar em defesa dos meus gostos. Poderia dar mil e uma razões para explicar porque é que a música tando dele, como do Jamie, me levam ao paraíso das sensações. Poderia tentar explicar cada uma dessas sensações, mas é demasiado complexo.
De um modo geral a minha reacção é quase sempre a mesma quando os oiço tocar e cantar: fechar os olhos durante uns bons segundos e sorrir. Sorrir, não apenas com os lábios, mas também com os próprios olhos, com o pescoço, com as mãos, com as pernas e os pés. É a satisfação plena, é a abstracção total de que há um mundo lá fora, não existem relações ou preocupações, medos ou tristezas, apenas aquele momento. Aquele limbo. O meu cérebro não processa mais nada, o meu corpo está solto, livre para amar todos os sons, acordes, notas, palavras, estalar de dedos, bater de palmas e tudo mais.
John Mayer (e outra vez, à semelhança de Jamie Cullum) é um daqueles artistas que uma pessoa nunca pode formar uma opinião justa e coerente sem se ver actuar ao vivo. Por uma razão muito simples: são artistas que nasceram para actuar, que o acto de tocar e cantar é algo tão intrínseco nos seus seres como respirar; são artistas que tal como eu me perco na sua música, eles se perdem naquilo que estão a fazer.
É uma entrega tão genuína que se percebe com as expressões faciais que fazem. E aqui outra vez vêm os sorrisos. Ver o Jamie Cullum sentado ao piano e sorrir com uma reacção do público ou com uma nota que acabou de produzir é das coisas mais extraordinárias que já presenciei. Tal como ver o John Mayer entregar-se às suas guitarras e fazer coisas absolutamente surreais com elas. Tocar com uma mão pode parecer algo que outros também fazem, mas é o que ele toca: literalmente John Mayer consegue fazer com que uma guitarra cante e chore. No fundo, é a habilidade com que cada um deles manuseia os seus instrumentos (no caso do Jamie aquilo é mais que manusear, aquilo é pés, é ancas, é baquetas, é cadeiras, é tudo o que produza som) e o brilhantismo com que o fazem.
Em suma, são artistas que tiram o maior proveito das suas capacidades e que têm uma profunda e pura paixão e dedicação pela música.
Na minha opinião são os artistas que demonstram uma desenvoltura e uma naturalidade tão peculiar ao vivo que são os melhores. Os trabalhos de estúdio podem ser muito bons, mas a transposição para o palco às vezes perde muito. Neste caso não, ganham proporções gigantes de tão incrivelmente boas que são. Conheço-os de trás para a frente e de frente para trás e não há vez nenhuma, repito, vez nenhuma, que não fique incrédula ou que me emocione.
O meu pai ainda era vivo quando saiu o Continuum, mas penso que nunca chegou a ver as versões de Gravity, Vultures ou Bold As Love ao vivo. Julgo que se tivesse teria adorado, pois era grande fã de Jimmi Hendrix e Eric Clapton. Aliás, este álbum em particular ecoa a Eric Clapton, numa versão mais Pop obviamente, absolutamente inacreditável. Não é coincidência, uma vez que admiração do Clapton pelo Mayer é mais que pública. De cada vez que vejo Gravity de Where the Light Is tenho arrepios na espinha.
Em jeito de conclusão, estou-me a borrifar para o que é cada um deles diz ou faz nas horas vagas, desde que continuem a dar música, porque a deles, na minha mais sincera opinião, é genial e extraordinária.
Aqui fica uma cover de Free Fallin'
1 comentário:
If you love music so much, why don't you marry it? :D
I kid, nice sequence of posts :)
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