Não me vou prender com as questões de géneros musicais ou com defesa de gostos.
Vou apenas expôr o meu.
Quem me conhece sabe que há anos que sou grande admiradora de Jamie Cullum. Não somente pela sua música, mas pela atitude que tem perante ela.
O Jamie é um tipo completamente apaixonado por aquilo que faz. Num mundo em que sempre procuramos a realização plena ele consegue-o devido ao seu talento e ao seu amor pela música. É alguém que se arrisca a experimentar e dá o corpo às balas se a coisa correr mal. É alguém que não se interessa se vendeu 5 ou se vendeu 100, porque o que interessa para ele é partilhar e dar concertos e acima de tudo, divertir-se.
No passado dia 25 de Maio vi o Jamie actuar pela quinta vez na minha vida. Podia argumentar que como foi o mais recente e foi em Lisboa, que foi o melhor da minha vida, mas não foi por isso. Foi pelo que vivi lá.
Pela primeira vez vi o concerto com uma pessoa que sabe tão bem aquilo que sinto. Uma pessoa que, sempre que falámos sobre JC, demos por nós a acabar as frases um do outro, a discordar e a concordar. Uma pessoa, que sempre o quis ver e que por azares do destino nunca o tinha visto ao vivo até à terça-feira passada. Falo do meu amigo Tomás.
O Tomás é como eu, um pouco mais calmo e reservado, mas tem mais ou menos as mesmas reacções. O Jamie lá faz uma coisa genial com o piano ou uma brincadeira com a voz e nós levamos as mãos à cara e dizemos 'como é que isto é possível?', ou então acenamos com a cabeça.
Não sei explicar...Por um lado já sei que vou ser surpreendida, por outro nunca sei medir o grau de surpresa. E eu tive um momento em particular que o Jamie se calhar já nem se lembra, mas eu nunca vou esquecer na vida. Estava eu a derramar umas lágrimas por causa 'What a Difference a Day Makes' quando o Jamie já se tinha precipitado para 'Photograph'. As primeiras notas e versos são calmos, e só depois entram os outros instrumentos. Ora, exactamente antes de haver essa explosão, ele olha para a minha pessoa cheia de lágrimas e com as mãos na boca, hesita, dá um sorriso misto entre o quente e o incrédulo, e após uns segundos lá continuou a canção. Quem me lê deve estar a achar que isto é um exagero, que não é normal as pessoas chorarem em concertos por causa de uma simples música. Acontece que eu não chorava pela música em questão, eu chorava por tudo aquilo que o Jamie já me proporcinou na vida.
A sua música libertou-me de uma maré negativa, fez-me acreditar que as pessoas que partilham uma paixão em comum não vêem diferenças ou rivalidades, fez-me acreditar na música como religião. Porque hoje, mais do que tudo, acredito que a música é a minha religião. E o Jamie abriu-me a mente para eu explorar novas sonoridades, novas emoções, até coisas completamente sem nexo. Fez-me não ter medo de admitir que gosto de banda x ou y, fez-me não ter medo de me perder completamente nas emoções enquanto estou a presenciar um momento musical. Ter um abraço dele, a disponibilidade torna-se quase secundário se eu pensar em toda a emoção do concerto.
Hoje em dia a minha vida não faz sentido sem o seu nome, porque mesmo que eu me canse um pouco de o ouvir, no dia a seguir eu vou redescobrir porque é que gosto tanto dele - porque ele era alguém que até à minha idade actual não sabia o que iria fazer da vida, que encarou a música sempre como algo que ele não podería nunca deixar de fazer na vida, que evoluiu extraordinariamente não só no piano, mas em diversos instrumentos, sendo quase um auto-didacta, porque ele é alguém que em palco dá tudo quer seja para 20 gatos pingados, quer seja para 16 000 pessoas.
Não posso também deixar de mencionar que mais uma vez o Jamie fez das suas e colocou na minha vida mais uma pessoa com quem eu sinto que vou criar mais uma relação de amizade, a Raquel.
No dia 25 a minha amiga Maria de Buenos Aires esteve também na minha mente, porque ela é alguém com quem eu um dia espero partilhar as mesmas emoções.
Até sempre, Jamie Cullum.
Vou apenas expôr o meu.
Quem me conhece sabe que há anos que sou grande admiradora de Jamie Cullum. Não somente pela sua música, mas pela atitude que tem perante ela.
O Jamie é um tipo completamente apaixonado por aquilo que faz. Num mundo em que sempre procuramos a realização plena ele consegue-o devido ao seu talento e ao seu amor pela música. É alguém que se arrisca a experimentar e dá o corpo às balas se a coisa correr mal. É alguém que não se interessa se vendeu 5 ou se vendeu 100, porque o que interessa para ele é partilhar e dar concertos e acima de tudo, divertir-se.
No passado dia 25 de Maio vi o Jamie actuar pela quinta vez na minha vida. Podia argumentar que como foi o mais recente e foi em Lisboa, que foi o melhor da minha vida, mas não foi por isso. Foi pelo que vivi lá.
Pela primeira vez vi o concerto com uma pessoa que sabe tão bem aquilo que sinto. Uma pessoa que, sempre que falámos sobre JC, demos por nós a acabar as frases um do outro, a discordar e a concordar. Uma pessoa, que sempre o quis ver e que por azares do destino nunca o tinha visto ao vivo até à terça-feira passada. Falo do meu amigo Tomás.
O Tomás é como eu, um pouco mais calmo e reservado, mas tem mais ou menos as mesmas reacções. O Jamie lá faz uma coisa genial com o piano ou uma brincadeira com a voz e nós levamos as mãos à cara e dizemos 'como é que isto é possível?', ou então acenamos com a cabeça.
Não sei explicar...Por um lado já sei que vou ser surpreendida, por outro nunca sei medir o grau de surpresa. E eu tive um momento em particular que o Jamie se calhar já nem se lembra, mas eu nunca vou esquecer na vida. Estava eu a derramar umas lágrimas por causa 'What a Difference a Day Makes' quando o Jamie já se tinha precipitado para 'Photograph'. As primeiras notas e versos são calmos, e só depois entram os outros instrumentos. Ora, exactamente antes de haver essa explosão, ele olha para a minha pessoa cheia de lágrimas e com as mãos na boca, hesita, dá um sorriso misto entre o quente e o incrédulo, e após uns segundos lá continuou a canção. Quem me lê deve estar a achar que isto é um exagero, que não é normal as pessoas chorarem em concertos por causa de uma simples música. Acontece que eu não chorava pela música em questão, eu chorava por tudo aquilo que o Jamie já me proporcinou na vida.
A sua música libertou-me de uma maré negativa, fez-me acreditar que as pessoas que partilham uma paixão em comum não vêem diferenças ou rivalidades, fez-me acreditar na música como religião. Porque hoje, mais do que tudo, acredito que a música é a minha religião. E o Jamie abriu-me a mente para eu explorar novas sonoridades, novas emoções, até coisas completamente sem nexo. Fez-me não ter medo de admitir que gosto de banda x ou y, fez-me não ter medo de me perder completamente nas emoções enquanto estou a presenciar um momento musical. Ter um abraço dele, a disponibilidade torna-se quase secundário se eu pensar em toda a emoção do concerto.
Hoje em dia a minha vida não faz sentido sem o seu nome, porque mesmo que eu me canse um pouco de o ouvir, no dia a seguir eu vou redescobrir porque é que gosto tanto dele - porque ele era alguém que até à minha idade actual não sabia o que iria fazer da vida, que encarou a música sempre como algo que ele não podería nunca deixar de fazer na vida, que evoluiu extraordinariamente não só no piano, mas em diversos instrumentos, sendo quase um auto-didacta, porque ele é alguém que em palco dá tudo quer seja para 20 gatos pingados, quer seja para 16 000 pessoas.
Não posso também deixar de mencionar que mais uma vez o Jamie fez das suas e colocou na minha vida mais uma pessoa com quem eu sinto que vou criar mais uma relação de amizade, a Raquel.
No dia 25 a minha amiga Maria de Buenos Aires esteve também na minha mente, porque ela é alguém com quem eu um dia espero partilhar as mesmas emoções.
Até sempre, Jamie Cullum.