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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Conversa com o Céu

- Sabes, hoje senti saudades.

- Sim, eu sei. Vi-te no parapeito a fitar-me.

- Eh...Dás-me o conforto da incerteza.

- Eu não sou assim tão incerto, sou apenas imensidão.

- Também tens dias de surpresa e de melancolia. Mas concordo, és imenso.

- Tenho, claro, mas és tu que me pintas melancólico.

- Eu apenas procuro respostas.

- De novo o coração?

- Sim...E também a cabeça.

- Os dois nem sempre vivem em sintonia. Mas o que tem o teu coração?

- Saudades, o meu coração tem saudades.

- Daqueles pelos quais se enamorou?

- Sim, daqueles que nunca esqueci, daqueles que ora uma vez ora outra me enfeitiçam, daqueles que não suportamos ver com outros corações...Mas não só amores.

- Suponho também que daqueles a quem te entregavas, mas de quem também esperavas o regaço, a palavra ou mesmo a lágrima.

- Isso ficou para trás. Tem que ser assim.

- Porém tu continuas a fitar-me daí de baixo.

- O passado ajuda-me a perceber o presente e a mudar o futuro.

- Mas o futuro não se muda, o futuro planeja-se e espera-se.

- Confere, mas o futuro é feito das escolhas do presente.

- Também confere. Volta para dentro, procuras-me em demasia, o tempo foge-te como a areia das mãos.

- O tempo foge a todos os que nascem.

- O tempo só é tempo quando pensas nele, volta para dentro. Vai viver.

- Tudo bem, tudo bem. Até amanhã.

2 comentários:

André Pereira disse...

Adorei.

Muito bom.

O tempo começa a contar logo quando somos concebidos, se uns contam tempo para nascer, outros contam já o tempo para o fim.
Ao longo desse tempo o nosso coração enamora-se. Faz más escolhas, parte-se em bocados.

O tempo nunca pára. Até nasceres de novo, ou para o fim.

Anónimo disse...

Está muito bom Carol. Tocou-me.

:)